
Criado por Luís Belo em segunda, 14 abril 2025
A História do Mazda RX-7
O Mazda RX-7 é um nome que transcende gerações e fronteiras. Desde a sua estreia no final dos anos 70, tornou-se um dos desportivos japoneses mais respeitados de sempre, não só pelo seu design elegante e comportamento dinâmico, mas principalmente pelo motor rotativo Wankel, uma solução mecânica única que o tornou imediatamente distinto de todos os seus concorrentes.
História
Lançado em 1978, o Mazda RX-7 chegou ao mercado como sucessor espiritual do RX-3, numa altura em que os construtores japoneses procuravam afirmar-se no segmento dos desportivos compactos. A grande novidade do RX-7 era o motor rotativo, uma aposta corajosa da Mazda que se tornaria a sua imagem de marca.
Ao longo de três gerações (SA22C/FB, FC e FD), o RX-7 evoluiu tanto em termos de engenharia como de design, mantendo sempre o motor Wankel como peça central. A filosofia era clara: criar um coupé leve, equilibrado e divertido de conduzir. Esta abordagem valeu-lhe uma legião de fãs à escala mundial e uma carreira recheada de sucessos em estrada e pista.
O RX-7 foi descontinuado em 2002, sendo substituído anos mais tarde pelo RX-8, embora com uma abordagem bastante diferente.
Versões
A primeira geração (SA22C/FB), produzida entre 1978 e 1985, apresentava um design simples e leve, com o motor 12A rotativo a debitar cerca de 100 cv. Em alguns mercados, surgiram versões com turbo e motor 13B. Era um modelo com excelente distribuição de peso e um comportamento surpreendente em curva.
A segunda geração (FC), entre 1985 e 1991, inspirou-se esteticamente em desportivos europeus como o Porsche 944. Esta versão recebeu uma suspensão traseira independente, melhorias no conforto e motores mais potentes, incluindo o 13B Turbo com cerca de 200 cv. Tornou-se mais sofisticado, mas manteve o ADN desportivo.
A terceira e última geração (FD), produzida entre 1992 e 2002, é considerada por muitos como o auge da série RX-7. Com um design fluido e agressivo, o modelo usava o motor 13B-REW biturbo, com potências a rondar os 240 a 280 cv, dependendo do mercado e da versão. Era um carro extremamente leve, preciso e rápido, um verdadeiro puro-sangue japonês que ainda hoje é referência em termos de comportamento dinâmico.
Foram lançadas inúmeras edições especiais, especialmente no Japão, como a Spirit R, Type RZ e Type RS, que hoje são altamente valorizadas por colecionadores.
Curiosidades
O RX-7 é um dos poucos carros de produção em série a usar exclusivamente o motor rotativo Wankel;
Ganhou as 24 Horas de Spa-Francorchamps em 1981 e competiu com sucesso em várias categorias do desporto motorizado, incluindo o IMSA e o Campeonato Japonês de Turismos;
A geração FD é uma das favoritas no mundo do tuning e foi eternizada no cinema, como na saga Velocidade Furiosa, pilotada pelo personagem Han;
A configuração leve e compacta do motor permitia uma excelente distribuição de peso, ajudando a criar uma das experiências de condução mais equilibradas do segmento;
É um dos modelos mais desejados no mercado de clássicos japoneses, com valores a subir consistentemente nos últimos anos.
Em Portugal...
O Mazda RX-7 teve sempre uma presença discreta no mercado português. Com vendas muito limitadas, especialmente da geração FD, a maioria dos exemplares que hoje circulam em Portugal são importações de entusiastas que procuraram este modelo por paixão e não por conveniência.
Durante os anos 80 e 90, era raro ver um RX-7 nas estradas nacionais, o que só aumentou o seu estatuto de exótico. A complexidade do motor rotativo e a escassez de peças e técnicos especializados limitaram a sua expansão, mas também ajudaram a preservar a mística do modelo.
Atualmente, os RX-7 são altamente valorizados entre colecionadores e fãs do JDM (Japanese Domestic Market), sendo presença habitual em encontros de clássicos japoneses e eventos de tuning.
O Mazda RX-7 é mais do que um automóvel, é uma lenda com motor próprio, símbolo da ousadia da Mazda e de uma era em que o engenho e a paixão ainda falavam mais alto do que os números.
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