O Audi que mudou a História da marca dos quatro anéis

O Audi que mudou a História da marca dos quatro anéis

Há precisamente 60 anos, em agosto de 1965, saía da linha de montagem de Ingolstadt o primeiro Audi do pós-guerra. A data marcou não só o regresso do nome Audi ao mercado automóvel, após um hiato de 25 anos, como também representou um ponto de viragem técnico e económico para a Auto Union GmbH, antecessora da atual AUDI AG.

Na altura, a empresa enfrentava um período conturbado. Os modelos da DKW, equipados com motores a dois tempos e baseados em tecnologia pré-guerra, estavam a perder popularidade. O último exemplo, o DKW F102, apesar do design moderno, não conseguia responder às exigências de um público cada vez mais exigente. Era necessário um novo rumo.

Foi então que, com o apoio da Daimler-Benz AG, que ainda detinha a Auto Union na época, surgiu uma oportunidade de transformação. A introdução de um motor de quatro tempos e a chegada do engenheiro Ludwig Kraus, que viria a liderar o desenvolvimento técnico, permitiram lançar em 1965 um novo modelo: o Audi F103.

Este novo Audi era mais do que um carro. Era uma afirmação de inovação. Pela primeira vez, a Auto Union abandonava o nome DKW e apostava na designação Audi, associada desde o início à engenharia de vanguarda. A mudança assinalava o início de uma nova era para a marca dos quatro anéis e o público respondeu com entusiasmo. Só nos primeiros três meses foram produzidas 16.000 unidades.

Ao longo dos anos seguintes, a família do F103 cresceu. Chegaram os modelos Audi 60, 75, 80 e Super 90, cada um com níveis de potência e equipamento distintos. O Audi Super 90, por exemplo, destacava-se pelos frisos cromados nos arcos das rodas e pela sua velocidade máxima superior a 160 km/h, números impressionantes para a época.

O F103 manteve-se em produção até 1972, altura em que foi substituído pelo Audi 80. No entanto, o impacto do modelo original foi enorme: mais de 400 mil unidades foram vendidas, com especial destaque para o Audi 60, o mais popular da gama.

O sucesso deste modelo permitiu à Auto Union não só consolidar a sua presença no mercado como também garantir a independência e identidade própria da Audi dentro do Grupo Volkswagen. Foi o início do caminho que transformaria a marca numa referência global do segmento premium.

Para assinalar esta data histórica, o Audi museum mobile em Ingolstadt vai acolher no dia 23 de julho uma palestra com o historiador da marca, Ralf Friese, que irá contar todos os detalhes desta transformação marcante. A entrada é gratuita, mas requer inscrição prévia.

Sessenta anos depois, o legado do F103 continua vivo, não apenas nos modelos Audi de hoje, mas na própria filosofia da marca: olhar sempre para o futuro, com tecnologia, inovação e um profundo respeito pela história.

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